Cada vez mais o Ensino é necessário para uma evolução civilizacional, para isso o Ensino Recorrente contribuiu bastante para essa evolução.

   Durante anos consecutivos vivemos de Ensino em Ensino sem grandes esperanças de algum dia estancarmos naquele que será o Ensino Correcto, o Ensino que nós entendemos ser melhor para as futuras gerações, incluindo os nosso filhos.

  Durante os anos do Estado Novo, o limiar da pobreza não permitia que todos os cidadãos menores de idade terminassem os seus estudos, cabendo isso apenas a uma classe social mais abastada, ou então a poucos cidadãos que conseguiam sobreviver às dificuldades que era terminar os estudos. Mas muitos ficaram por terminar, pois dificuldades acrescidas para além das financeiras se opunham, a guerra foi uma delas.

   Após o dia 25 de Abril de 1974, os Governos de Democracia deram grande importância a este problema, evitando que as gerações vindouras não tivessem o mesmo problema social, melhoraram visivelmente o Ensino, mas não impediram a continuação excessiva de abandono escolar. Muito se tentou fazer naquela época, tentando evitar que os jovens abandonassem o Ensino precocemente.    

  Em 1980, no VI Governo Constitucional dirigido por Sá Carneiro, o Ministro da Educação e Ciência, Vitor Crespo, decide criar o Ensino Recorrente Nocturno, onde inseria todos os maiores de 18 anos que não tivessem terminado o Ensino Regular. No Inicio criou-se apenas o 3º ciclo Básico, pois a escolaridade obrigatória era apenas o 7º ano de escolaridade.

   Inicialmente o Ensino Nocturno recebeu poucas escola, mas com a grande procura teve de optar por deixar abrir mais escolas com este modelo de Ensino. Alunos de Todas as idades a partir dos 18 encheram as salas de aulas de diversas escolas, este fenómeno decorria principalmente nas grandes cidades, onde vários estabelecimentos funcionavam durante o dia e durante a noite. As próprias empresas na altura, apostavam na formação dos seus funcionários.

   Durante a década de 90, o Ensino Regular continuava a perder alunos, mas colmatava com o Ensino Recorrente que mantinha as suas modalidades. Mas devido as diversas mudanças de Ministros com a pasta da Educação, o Ensino Recorrente foi vitima de diversas alterações. O mesmo ocorria nas Empresas, que começaram a apertar o cerco a quem queria prosseguir com os seus estudos. Foi nessa altura que se deu a intervenção da lei, criando o Estatuto Trabalhador - Estudante. Este Estatuto previa terminar com os abusos opcionais das empresas.

   Em 1999 dá-se o novo modelo de Estudo, as Unidades Capitalizadas. Este modelo relacionava-se com um número de unidades por disciplina, período no qual a adesão de alunos foi muito maior, pois esse tipo de ensino facilitava muito aqueles que foram formados por essas Unidades. Nesse Ensino já existia o Ensino Secundário.

   Com a entrada do Governo Socialista, chefiado por o Engenheiro José Sócrates, o Ensino Nocturno foi vitima de uma ruptura, com a tentativa falhada do seu fim. Escolas de todo o país juntam centenas de alunos numa verdadeira causa única, evitar o fim do ensino. A tentativa falhada foi alvo de uma nova estratégia, primeiro a criação dos Módulos Capitalizadas, a colocação do plano CNO ( Centro das Novas Oportunidades ), esta seria a forma mais fácil de concluir Básico e Secundário, afastando assim os alunos do Ensino Recorrente. Tal tentativa voltou no ano lectivo de 2010/2011. A Ministra da Educação, Isabel Alçada, cria uma circular que informa as escolas da proibição de criar do 10º ano do Recorrente, encaminhado os alunos para os cursos de EFA ( Educação e Formação para Adultos ). Centenas de alunos foram desmembrados do Recorrente, maioria voltou-se para a desistência.

    A Associação de Alunos do Ensino Recorrente visa criar um modelo para evitar que se termine com este modelo de Ensino.